Nós somos a grande aventura de Deus
O fruto proibido não era o fruto do bem e do mal, como dizem. Muito menos ainda o fruto do pecado. É o fruto da diferença.
E nunca foi proibido. Foi ofertado.
Não fomos expulsos do paraíso. Saímos de lá para conhecer o mundo à volta, pela alegria e pelo desejo da descoberta. Por vontade própria. Porque isso é excitante e enriquecedor. A vida é nossa grande aventura.
Deus não nos fez à sua imagem e semelhança. Deus se fez em nós, para experimentar a única coisa que sua completude não podia oferecer:
A experiência do outro. E das infinitas possibilidades que surgem com a existência deste “outro”.
Deus criou a existência para experimentar o outro. E criou o “eu” para possibilitar infinitos parâmetros de experimentação do outro.
O outro é a razão de tudo; o motivo e o objetivo. O eu é o parâmetro de tudo. A medida e o modo.
A experimentação das infinitas variedades de impermanentes e dinâmicos “eus” e “outros” incompletos e imperfeitos (presentes na realidade) é a grande aventura de Deus. É a única coisa que sua condição absoluta não lhe permitia ser – e que, por isso mesmo, ansiava ser.
Um ser completo só pode desejar a incompletude. Um ser eterno só pode ansiar pela transitoriedade. Um ser uno e absoluto só pode buscar pela fragmentação infinita.
A existência é a grande aventura de Deus.
Nós somos a grande aventura de Deus...
