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  • Foto do escritorLeo Viramundo

A palavra é o fogo de Prometeu

A palavra nunca se prestou a descrever ou explicar a realidade; a palavra foi criada para mudar a realidade, para criar novas realidades.

Quando usamos uma ferramenta para um fim que não é aquele ao qual se presta tal ferramenta, muito provavelmente os resultados ficarão aquém do que gostaríamos ou do que esperávamos. Muitas vezes, será um verdadeiro desastre.

O equívoco no entendimento da função da palavra é o que vem nos causando desastres. Mas esse equívoco é perfeitamente compreensível. O mundo está invertido. É normal nos confundirmos um pouco ao vermos uma palavra espelhada, invertida. Mas se pensarmos um pouco mais, conseguimos ler assim mesmo.

Como Gaiarsa havia identificado, a realidade é impermanente e dinâmica e a palavra é eterna e imutável. Mas ele viu nesta diferença a origem do equívoco. É neste ponto que discordo do mestre; É justamente o equívoco quem faz com que esta diferença gere problemas. Porque entendemos errado a função da palavra. Estamos olhando ao contrário.

A palavra é eterna. Ela é o fogo dos deuses, o qual Prometeu nos dera e por isso fora severamente punido. É justamente por ser eterna que a palavra tem tanto poder. Por isso mesmo, os sentidos foram invertidos – para que não percebamos tão facilmente o verdadeiro poder da palavra. A palavra perde seu poder quando não conseguimos enxergá-lo nela.

Mas quando entendemos verdadeiramente que a palavra é o maior de nossos poderes... Somos capazes de mudar – e moldar – a realidade somente com a palavra.

Porque a palavra é realidade.

E a palavra escrita é realidade concreta.

Este é o grande poder da palavra; ela é realidade e é eterna.

Precisamos desenvolver mais cuidado, mais carinho, mais responsabilidade e mais respeito pela palavra. Mesmo se for apenas pensada, a palavra é eterna e é realidade. Isso é muito poder.

A palavra é o fogo de Prometeu...

 

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Revirando o mundo, até ao fundo abismo desce

Em seus avessos empreendimentos estéticos.

Invertendo os contextos, entretanto, se esclarece

No enigma sutil de seus invertextos entrepoéticos.

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